segunda-feira, 3 de maio de 2010

Recado

Quero te escrever já faz três dias. Chego a pensar que fazendo isso, vou dizer tantas coisas feias e sujas sobre mim que sua primeira reação será um ruído de desaprovação daqueles que me deixam petrificada.
Não sei ao certo o que devo dizer. Não sei se posso dizer o que eu vejo ou se o mais correto e permanecer quieta e deixar que você descubra sozinha.
Olha, eu faço um monte de besteiras, mas eu sei fazer coisas certas também.
Olha, eu te irrito com o meu draminha, mas também sei segurar meus pensamentos quietinhos aqui dentro.
Olha, eu brinco na hora errada, mas sei quando devo ficar séria e ouvir em silêncio.
Olha, todas essas coisas feias que eu faço - não sei por qual motivo - servem para mostrar (para mim mesma, no caso) que não sou esse erro todo.
E faço algo tão estúpido que minutos depois chego a me questionar "Mas eu nem sou assim! Por que estou agindo como uma criancinha pedindo atenção?".
Então eu fico aqui sentada pensando em você, pensando em como eu sou idiota e como eu só queria saber que enquanto você lê esse monte de baboseiras, você sorri sem graça e me manda um beijo. Ou me pede para sorrir. E eu encontro, sei lá de onde, meus melhores sorrisos para te dar e imaginar que isso te faz feliz.
A verdade é que eu queria - eu quero - te ver feliz. E se for por minha causa, vai ser melhor ainda. Eu tô com um medo tão ridículo de tentar ser mais doce com você que só fico falando coisas feias para tentar te afastar de mim. Mas... Oi, eu não quero que você se afaste! Aí penso de novo nas coisas que eu já disse, e nas minhas precipitações (hoje eu já estou mais calma) e no monte de medo que todo mundo tem. Será que é melhor eu deixar você me temer a ponto de querer se afastar ou eu devo ser a Alice Natalie da forma mais pura e verdadeira que existe, sem querer parecer adulta ou criancinha ou legal ou chata ou qualquer outra coisa que eu possa passar a falsa impressão de ser?
Acho que escrever isso é outro daqueles erros que eu vou cometer e querer bater com a cabeça na parede dois minutos depois, mas hoje eu decidi ser impulsiva de novo e fazer isso, para mostrar que eu posso ser uma pessoa que talvez mereça um pouquinho de paciência. Ou não.
E se você der ao menos um sorrisinho durante esse monte de palavras desordenadas, já valeu meu dia.


NDS