domingo, 19 de agosto de 2012

Fechado

Você se fecha.

Voce se fecha inúmeras vezes. Como uma mania maluca de fechar tudo o que está aberto.
Biscoito.
Garrafa.
Casaco.
Janela.
Porta.
Você.
E como sempre aparece alguém disposto a estragar tudo, você volta a abrir.
Então venta forte. E você se fecha com uma forte batida.
Qualquer pessoa sabe que algumas coisas quando ficam fechadas por muito tempo, emperram.
E nunca mais abrem.
Às vezes os olhos. Outras, a boca. Para os frustrados com o amor, o coração.
No meu caso, fechei a cabeça. Não entra mais nada, a não ser por vias alternativas (algumas informações conseguem entrar pelos olhos ou ouvidos).
Mas a maior sorte de fechar a cabeça, é que pessoas não conseguem mais entrar.
E se pessoas não entram, problemas decorrentes de pessoas que ficam tempo demais não conseguem se fixar.
Sem problemas, não preciso trabalhar nenhuma técnica de conciliação pessoal.
Não quero. Me relacionar com pessoas é desnecessário. É irritante. É improdutivo.
Assim, eu posso escrever qualquer coisa. A qualquer momento. Em qualquer situação. Não ligo para pessoas criando seus mil problemas. Não ligo para os problemas criados por mil pessoas.
Só observo. Porque sei que aqui dentro é um lugar seguro.
E nenhum problema de nenhuma pessoa vai desfazer isso.


NDS