quinta-feira, 10 de julho de 2008

minimalismo

Nunca soube ser minimalista.
Todas aquelas cores e texturas se misturando à sua frente; suas mãos querendo mais e mais. A boca entreaberta num quase suspiro.
Seus olhos se enchiam de prazer cego.

“A palavra minimalismo se refere a uma série de movimentos...”

Sussurros nervosos se propagaram pelo salão. Vozes mais fortes pediram silêncio. Madames de ocasião abafaram os risos, ou pelo menos tentaram.

Minimalismo.
Minimalismo.
Mi-ni-ma-lis-mo.
Em sua cabeça, minimalismo era muita coisa, menos o que devia ser.
Gostava de pronunciar, devagar, para dar ênfase no
mal.
Por vezes, se encontrou associando tal palavra a outras. Animal. Ou alma. Ou coisas que deviam chamar a atenção do público.
Nunca soube ser minimalista, minha cara.
Nunca soube ser mais que você, meu amor.



NDS